The Song of the Emigrant was a declamation by Ary dos Santos, the great Portuguese 'declamador'. Here are his words, followed by a loose (and unrhyming) translation into English.
Partiste e quanto levaste
era um pedaço de pão
um braço para um guindaste
a fome do teu irmão
e a tristeza que deixaste
nas raízes do teu chão.
Partiste e quando levaste
era apenas solidão.
E quando à estranja chegaste
chegou-te aquela opressão
de um fruto que não tem haste
de um braço que não tem mão
da noiva que tu deixaste
do teu quintal do teu cão
da vinha que tu plantaste
do gosto a broa do pão
do gado que tu guardaste
nos campos do coraçao.
Porém partindo lutaste
e soubeste dizer não.
Não ao grito que amordaça
a boca de quem tem fome
não aos ventos de desgraça
que varriam o teu nome
não ao patrão que ameaça
ao burguês que te consoma
aos lavradores de má raça
latifundiários da fome
não àquela solidão
de tal maneira explorada
que até que te negava o pão
na tua pátria exilada.
Partiste e então construiste
punho a punho braço a braço
outro país que resiste
nos teus músculos de aço.
Quando travavas lá fora
uma luta desigual
estavas onde a alma mora
construias Portugal.
Voltaste e agora encontraste
a tua Pátria de Portugal
o país que tu sonhaste
já não é o teu redil
a tua casa é só tua
o teu trabalho é só teu
e se a luta continua
é porque o medo morreu.
Voltaste e quanto ganhaste
está ao serviço do povo
a luta que travaste
também faz Portugal novo.
Agora sim emigrante
O medo morreu de vez.
A partir do socialismo
és muito mais Português.
You left and what you took with you
Was a piece of bread and
a strong arm for some labouring,
Your brother's hunger
And your sadness left behind,
Rooted in the ground.
You left and you took with you
Only your loneliness.
And when you got to that foreign land
You were overcome by gloom;
Like a fruit that has no branch,
Like an arm that has no hand, thinking,
Of the girl you left behind,
Of your land and your dog,
Of the vines that you planted
Of the taste of fresh bread
Of the animals that you kept,
in the fields that you love.
But you kept on fighting
You refused to bow.
No to the cry that stifles
The mouths of the hungry,
No to the winds of misfortune
That swept over you.
No to the boss that threatens,
To the mangers who consume you
To the land owners of bad repute,
To the nobility of hunger
No to your lonely life
Exploited by the powerful,
Who even refused you bread in the land
From which you are exiled.
You departed and you built
Another home in another country,
Bit by bit with your muscles of steel
And your determination
When you unleashed out there
The unequal struggle
You were where your soul resides,
You were building Portugal!
You returned and you found,
In your country, your Portugal
the country that you dreamed of.
No longer a prison camp
Your house is your own,
Your work is your own,
And the struggle goes on
And the fear is dead!
You returned and what you won
Is at the service of the People
The struggle you unleashed
Has made Portugal new.
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